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Andando na lama com R$ 2 milhões

Andando na lama com R$ 2 milhões

Com um motor com 600 cavalos de potência, o SUV de luxo é capaz, segundo a montadora, de enfrentar até trilhas. Mas sem descuidar de muito conforto e sofisticação

Lançada em 2018, a série Cullinan “reformulou o automobilismo super luxuoso, permitindo que os clientes da Rolls-Royce experimentassem o passeio no tapete mágico característico da marca”. É assim que a célebre montadora britânica define essa linha do seu portfólio. A versão Cullinan Series II segue o padrão dos pioneiros e ganhou tecnologias e materiais novos e atualizações de design.
A fábrica destaca que ao mesmo tempo em que é um modelo de luxo como poucos, o veículo tem características off road “à altura dos ambientes mais exigentes e hostis da Terra”. O projeto do carro levou cinco anos e envolveu designers, engenheiros e artesãos, além da pesquisa em escritórios da Rolls Royce em todo o mundo. Foi observado, por exemplo, que um número crescente de clientes da marca estava concentrado em áreas urbanas. Por isso, características foram pensadas para atender o anseio dos clientes que desejam ser vistos com um carro de luxo que se impõe na cidade, mas também tem capacidade de levá-los para curtir a natureza.
No exterior, o carro tem linhas sofisticadas, mas discretas. A Cullinan recebeu, pela primeira vez, uma grade iluminada e rodas de 23 polegadas. Os especialistas em cores da Rolls-Royce também desenvolveram um novo acabamento de pintura, que a fábrica chama de “Emperador Truffle”. Ele é um marrom acinzentado inspirado no mármore.
Já na parte interna, o principal destaque é uma tela que vai de uma ponta a outra de cada coluna e projeta todas as informações sobre o carro. Com ela, o condutor pode escolher entre um visual mais clássico ou totalmente digital. Ela permite, por exemplo, personalizar a cor dos mostradores dos instrumentos para combinar com a paleta de tons do interior ou o acabamento exterior do carro.
Através da central multimídia, é possível enviar destinos diretamente para o modelo, visualizar remotamente a localização dele e gerenciar o bloqueio através de um aplicativo. Os ocupantes podem conectar até dois dispositivos de streaming às telas traseiras, que incorporam uma interface personalizada para gerenciar funções do assento como massagem, aquecimento e resfriamento.
Além disso, há uma conexão wi-fi independente para cada tela e fones de ouvido Bluetooth de qualquer tipo podem ser emparelhados com o sistema de infoentretenimento do banco traseiro. O sistema de áudio é da divisão Bespoke, especializada em personalizações para os carros da Rolls Royce. Ele tem 18 alto-falantes, amplificador de 18 canais e 1.400 watts de potência. O requinte chega ao uso de cavidades dentro das seções da soleira de alumínio como câmaras de ressonância para as baixas frequências, transformando todo o automóvel em um subwoofer.
E finalmente, falando da motorização, é preciso lembrar que a Rolls Royce também é uma fabricante de turbinas para jatos comerciais. Por isso, dá para afirmar sem medo que de sistemas de propulsão eficientes e poderosos ela entende bem. O Cullinan Série II é equipado com um V12 biturbo de 6,75 litros. Ele oferece 600 cv de potência e 900 Nm de torque acessível a partir de 1.700 rpm – apenas 700 rpm acima da marcha lenta. Esse sistema de propulsão funciona com uma caixa de oito marchas da ZF.
Sobre o preço, a Rolls Royce segue a (péssima) prática de algumas montadoras de não deixar os valores facilmente acessíveis – como se ninguém soubesse que seus modelos são reservados apenas para uma seleta casta. Procurando na internet, achamos algo entre 350 mil e 500 mil dólares. Passando pro nosso combalido e desmoralizado real, seria mais ou menos de 2 a 3 milhões. Mas convenhamos que independentemente da imprecisão desses valores, não faz a menor diferença para a esmagadora maioria dos mortais comuns.